terça-feira, 22 de março de 2011

O Carro da Meia-Noite


O Carro da Meia-Noite foi o primeiro serviço sanitário que a Cidade de Joinville teve. Começou nos primórdios da Colonização (mais ou menos em 1860-70, e durou até as primeiras décadas do século XX. Por ocasião do Centenário (1951) o Serviço não mais existia. Era constituído por uma carroça puxada por dois cavalos, e pilotada por dois "cubeiros", que eram pessoas simples, que lidavam com as "cubas". Cubas nada mais eram que tambores de metal, com duas alças para transportar o volume. As cubas eram colocadas em buracos sob as famosas "Casinhas", que depois foram substituídas pelas "Privadas Patente", que decretaram o fim dos serviços do "Carro da Meia-Noite". Este serviço era prestado pelos primeiros representantes da família pioneira "Plothow", que ainda hoje possui descendentes na região de Joinville. A carroça era muito fedorenta, por isso era temida pelas crianças e notívagos daquela Época, que evitavam encontrá-la. A carroça possuía pendurada ao lado, uma lanterna à querosene, porque naqueles tempos idos, a iluminação pública era deficiente. como era de se esperar. Apesar de já haver iluminação pública, só existiam as primitivas lâmpadas incandescentes, cuja iluminação era fraca. Quando o Carro da Meia-Noite chegava nas casas dos associados, cerravam-se portas e janelas para evitar o fedor, e isso assustava as crianças da Época. Muitos Mitos e Lendas se formaram ao redor dessa História... Volto aqui para complementar mais algumas informações sobre o Lendário "Carro da Meia Noite". A carroça era pintada de preto, e seus dois ocupantes, os chamados "Cubeiros); vestiam-se com ternos pretos, e pretos também eram seus chapéus. Os resíduos eram despejados na região do atual 62º Batalhão de Infantaria, e todo aquele conteúdo, fosse drenado pelo ribeirão Mathias, ou pelo Rio Jaguarão, invariavelmente, desaguava no Cachoeira, sem nenhum tipo de tratamento. A Poluição já começara, então.Naquela época, existiam na cidade diversos Salões, onde os jovens iam dançar e se divertir. Os bailes começavam cedo, por volta de 20 horas, e lá pela uma hora da manhã, já haviam terminado, e os jovens se dirigiam de volta para suas casas; e quando cruzavam com o carroção sinistro, na madrugada, saudavam-no com xingamentos, e um dos mais leves era "Fedorento", porque a carroça vazava... Seus ocupantes permaneciam impassíveis, e seguiam a cumprir a malcheirosa função... Sobre os dois "cubeiros", descobri que um deles era o fortão, que carregava o Tambor sozinho, suspenso sobre a cabeça, enquanto o outro apenas segurava a lanterna. Inclusive, o "Fortão", certa vez foi desafiado para lutar com um Lutador Profissional, que chegara à cidadezinha de então. Ocorreu um grande burburinho na cidade, porque se tratava do desafio de um Brasileiro contra um Alemão. Isto gerou grande expectativa entre a população, que acorreu em massa ao acontecimento, que ocorreu em um dos salões da cidade. A luta terminou logo nos primeiros movimentos, porque o nosso "Fortão" não era um lutador profissional, e logo foi ao chão. O Público se revoltou, e passaram a exigir o dinheiro do ingresso de volta, porque julgaram aquilo uma fraude. Tudo isso não foi documentado, o que restaram foram apenas fragmentos da História, que tenho procurado resgatar através de entrevistas com nossos idosos.

4 comentários:

Tio Chico disse...

Desulpem o erro de digitação. Tem um número 9 na palavra incandescentes. Não consegui corrigir, mas tentarei de novo amanhã...

Liliane Girardi disse...

Nossa..fiquei impressionada qdo uma cliente falou isso pra mim..agora está confirmado!!! ahahaha

Tio Chico disse...

Liliane, realmente, a história foi essa mesmo. Agora, se você voltar ao Tópico, verá que acrescentei algumas coisas novas...

Anônimo disse...

Minha mae me falou hoje dia 19/4/2018 sobre o carro da meia noite...
Antigamente era tudo mais sofrido...