terça-feira, 18 de março de 2008

Histórias de Pescaria


História Inacreditável
As histórias de pescaria têm fama de mentirosas. Já falei sobre isso antes, pois cada pescaria é diferente, e depois, quando o pescador conta o que realmente aconteceu, todos já dão um desconto, pois acham que provavelmente é mentira.
Na verdade, muitas são. Por exemplo, o pai de meu amigo Franco contou certa vez, jurando que era verdade, que estava pescando lambari no Rio da Vargem, próximo de Curitiba. Era tanto lambari que vinha um atrás do outro, jogar e tirar. Certa feita, a bóia afundou, ele puxou e veio na ponta do anzol um olho de lambari, ainda sangrento. Ele jogou o anzol iscado com aquele olho, puxou de volta e veio um lambari sem um olho.
O velho Franco garantiu que era verdade, mas eu confesso que acho difícil acreditar numa história dessas, mas algumas vezes aconteceram comigo coisas que os outros não acreditam, apesar de serem verdade. Por exemplo:
Certa feita, estava pescando na Barra do sul, exatamente na boca da barra. Eu usava duas varas, uma pequena, com linha fina, na mão, e outra maior, linha 0,50, na espera, fincada no secretário. Para quem não sabe, secretário é um pedaço da cano de pvc fincado na areia, que suporta a vara de pescar.
Pois bem, eu já tinha pescado dois robalos na vara de mão, quando de repente a vara fincada começou a dar linha, fazendo aquele ruído característico. Rapidamente, larguei a vara que tinha na mão, peguei a outra, tentando parar o peixe. Não deu tempo. A linha saiu toda, chegou ao fim e arrebentou. Frustado, olhei para o mar e notei que naquele momento um barco de pesca estava entrando na barra. Calculei que a linha tinha enroscado nele, por isso arrebentara. Mas, continuei pescando, agora só com uma vara.
Cerca de uma hora depois, ao recolher a linha, trouxe engatado o meu chicote que perdera antes, com os três anzóis iscados e a chumbada, tudo arrebentado exatamente no nó. E hoje, quando eu conto esta história, muita gente não acredita.
Cada vez que vamos pescar é uma nova história. O problema é que depois, se vamos contar aos outros o que aconteceu, poucos acreditam, e então se cria a fama de que todo pescador é mentiroso, o que nem sempre é verdade.
Outra história:
Certa feita, fui pescar sozinho na Barra do Sul, e foi de ônibus. Levei uma vara telescópica, uma mochila contendo garrafa de água, lanche, caixa de pesca, molinete e espaço para o peixe.
Desembarquei do ônibus no ponto do Restaurante do Chico, para pescar na praia em frente. Montei o equipamento, isquei, arremessei e Zupt! O peixe pegou na caída. Era uma corvina vermelha, com mais de 2 quilos de peso. Peixe grande, que encheu a mochila.
Era por volta das 9 e meia da manhã, dia útil, e minha pescaria estava acabada, pois se eu continuasse a pescar, poderia pegar outro peixe, e não teria como colocá-lo na mochila.
Resignado, desmontei o equipamento, guardei tudo na mochila e fui ao restaurante em frente, onde sentei para tomar cerveja enquanto aguardava o ônibus de volta.
Enquanto não chegava o ônibus, fiquei pensando no absurdo da situação: Viajei mais de uma hora, gastei meia hora entre montar e desmontar o equipamento, e praticamente não pesquei, pois aquela corvina simplesmente acabou com meus planos de passar algumas horas a beira mar, numa tranquila e relaxante pescaria.

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